quarta-feira, 29 de julho de 2009

O sonho e a verdade

...o que importa e o que quero que você, leitor, entenda é que eu cheguei a sonhar com ela. Não importa o começo dessa história; como nos conhecemos (e é por isso que ela começa assim mesmo, do nada) e também não sei se ela já acabou ou ainda tem um fim que o autor (cujo nome não sei) não quer logo de uma vez me contar. O sonho, louco como qualquer outro, era assim:
Eu estava deitado de bruços na sala de minha república estudando. Era só isso que eu sabia fazer naqueles últimos dias antes da bonança. Havia muita luz que entrava pela porta. O sol era muito forte e a porta era de vidro. Quando olhei em direção à claridade que vinha da porta, lá estava ela. Eu disse, exclamado, seu nome e me levantei do chão rapidamente. Não tive tempo de fazer nenhuma pergunta. Ela também não me disse uma palavra. Só me olhou nos olhos, se aproximou de mim num passo apressado e colocou seus braços por dentro dos meus me abraçando e começou a chorar. Ela chorou por um rápido minuto, mas não me olhou novamente, e saiu pelo outro lado da sala. Esse foi o sonho. Agora vem a verdade.
A verdade é que ela não me abraçou. O beijo foi instantâneo, curto e sem vontade de gostar. Ela também nunca foi à minha casa e nunca me pediu afago enquanto chorava. Com certeza nunca chorou por mim e a minha vontade de fazê-lo por ela foram diversas. Hoje acredito ter feito o certo em não fazê-lo. Hoje penso como tudo poderia ser se ela fosse menos impulsiva e fosse como em meu sonho. Uma mulher que precisasse, de verdade, de alguém. Mais que isso, uma mulher que precisasse de alguém de verdade. Ela fez tudo aquilo que eu não precisava saber. E com uma pessoa que não podia ser. Ao menos eu não estava com ela. É que eu não posso lhe contar, caro leitor, pelas palavras escritas, em detalhes todo o ocorrido. O importante é que você saiba que ela não tem mais valores nem critérios. Não tem mais amor, só prazer. Ela não tem mais felicidade, só alegrias. E eu, tolo, buscando eternamente minha felicidade sem ter, sequer, alegria. Eu, tolo, que me apaixono facilmente, me apaixonei por ela um dia e acredito já tê-la esquecido, mas guardo um sentimento que não sei explicar se é saudade ou raiva.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Meus medos dos meses

Tenho medo de ser só

O primeiro de Janeiro
A alegoria barata de Fevereiro
A última gota de Março
A mentira de Abril
A folha seca de Maio
A iguaria de Junho
O aniversariante de Julho
O soldado de Agosto
O independente de Setembro
O feriado de Outubro
O finado de Novembro
O último de Dezembro

Quero ser seu por todos os meus dias

domingo, 12 de julho de 2009

Amigos demais para sermos amigos

Eu só queria estar num lugar diferente
Um que não conhecera antes
Poderia ser qualquer lugar
Eu só queria estar com você

Um lugar que fosse seu
Para que se sentisse a vontade
Com meus olhos postos nos seus
E a cabeça repousada sobre seu colo

Serei todo ouvidos
A refletir sobre a sua vida
E dar-te o melhor conselho sobre nós

Eu só queria estar no seu coração
Um que deveria sentir saudade como o meu
Poderia ser em qualquer cômodo da casa
Eu só queria ter conforto em seus braços

Seus olhos e ouvidos sabem que te quero
O coração é que parece não se importar
Com esse amor caseiro e amigo
E é só você que não percebe que quero dizer:

“Eu só quero ter você pra sempre.”