domingo, 28 de fevereiro de 2010

Sem Sentido

Ao se apresentar
Não acreditei que me apaixonaria

E nem que ela cruzasse aquelas palavras
Palavras que, nem no jogo, se cruzam

Mas sua missão na terra se cumpriu, por fim
Objetivou arrancar-me o coração

E o fez sem pensar, antes de sair pela porta
Sem me deixar ciente do “depois”

Demonstrando vontade de viver
Ele ainda pulsava fortemente

Ela ruma, hoje, quilômetros
A cada passo meu em sua direção

Sem preocupar-se com o fato
De eu me preocupar ou não

Em ter perdido todos os sentidos
O tato, o equilíbrio, a visão
Os objetivos, a alegria anódina
E qualquer outro sentido que “sentido” represente

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Como a água

Eu preciso de você
Em todas as suas formas
Sentir, ao seu lado, a dor
E a alegria emanada de sua alma
Nestas águas turbulentas de sentimentos entrelaçados

Preciso, novamente, sentir seus sinais vitais
E seu sangue, com vida própria, pulsando
Acreditando ser possível misturar-se ao meu
Como a água do rio quando encontra o mar aberto em paz
Para, assim, acreditar que aqueles breves momentos foram reais

De seu corpo, guardo a lembrança do carinho
De seus olhos, guardo a cor e a sinceridade
Como a água límpida e pura da chuva
Que espero ansiosamente para encontrar novamente
E o afeto incondicional que sabe que lhe tenho

Dos meus olhos, sei que guarda a sinceridade
Que, pudeste perceber, derramaram-te palavras líquidas
Palavras que cumpriram a missão de me abrir as comportas dos olhos
Para que jorrassem a vontade pelas objetivas
Como abrem-se as comportas de uma represa trancafiada há tempos