quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O Ocaso do Acaso

Preciso que o acaso se desfaça
Pelo menos até que me pare de perseguir a desgraça
Como é possível viver como vivo: Não sei
Como é possível (não) sentir o que (não) sinto: Não sei

Preciso que o acaso se desfaça
Nem que seja só por um tempo
Até que eu tenha a certeza de que irei encontrá-la
Naquele lugar, naquele exato momento
Pois encontros e desencontros equivocados já me bastam

Não é possível que terei de entrar mar adentro eternamente procurando
Pois se as ondas do amor estão à beira-mar e não tocam os meus pés
Por que é que continuo me afogando neste alto-mar deserto de amor?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Platônico

E eu, vez e outra, desviava o olhar
Para a paisagem longínqua
Para o chão
Para o azul do céu
Com vergonha da sua beleza

Você é tão linda que dói

Forço meus olhos a não te olhar
Para que não me entenda mal
Mas é, quase sempre, em vão

Tudo o que eu quero é o seu bem
Mais que isso
Quero-te como meu bem
Para poder dizer a todo o mundo: “Vou bem!”

Poderia te olhar nos olhos por dias sem me cansar
Poderia te abraçar por horas sem cessar
Poderia te amar

Porque, destes olhos azuis, quero mais que o olhar