Ele poderia falar
Rir ou dançar
Já havia tentado encontrá-la em sua casa
E chamá-la
Ele poderia se fazer de intelectual
Ou até mesmo ser um tal
Já haviam trocado olhares profundamente
Mesmo que rapidamente
Ele poderia voar se fosse preciso
E dizia que a levaria consigo
Já havia tentado convencê-la
De que seria feliz por tê-la
E conseguiu por um segundo
Mas, num segundo ele errou
No mesmo segundo ela desconfiou
E isso a fez acreditar que tudo acabou
Como quem nunca errara na vida
Levaria ela, com ele, uma vida?
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Use
Use minhas roupas e os sapatos
O perfume e os carros
Ouça meus discos
Use meu telefone
Toque o piano
E ouça meu despretensioso consolo
Use minhas idéias
Meu discurso
Meus hábitos forjados produzidos para você
Me use se precisar
Só não me diga, passado o tempo, que não leu a bula e suas contra-indicações
O perfume e os carros
Ouça meus discos
Use meu telefone
Toque o piano
E ouça meu despretensioso consolo
Use minhas idéias
Meu discurso
Meus hábitos forjados produzidos para você
Me use se precisar
Só não me diga, passado o tempo, que não leu a bula e suas contra-indicações
domingo, 9 de novembro de 2008
A velha nova caminhada (ou a nova velha caminhada)
Este fim de ano não será o mesmo. Não será como os outros. Na verdade nunca é, se não, estaríamos vivendo ciclicamente. Ah, mas este é diferente e eu vou lhe contar por que!
Tudo era feito de flores e tempestade ao mesmo tempo (como sempre em minha humilde e, para muitos, insignificante vida). Aquele grande amigo de infância se foi uns dias antes da ceia de Natal. Fora antes do combinado. Me lembro que, no sábado, ao vê-lo na rua de carro, gritei seu nome.
Eu tinha saudade.
Nos encontramos, conversamos coisa de meia hora e ele se foi, como quem diz: “Te vejo em breve, amigo!” Ele fazia planos e continuava com os planos de outrora: Nos fazer rir em qualquer ocasião e sob qualquer embuste na situação.
Na chuvosa segunda recebo a notícia que ninguém queria ouvir.
Ele havia partido aos 19, mesmo contra seus planos. O que aconteceu não vem ao caso.
Veio o Natal e o Ano Novo.
A família ainda era completa.
Sentávamos todos à mesa na noite do dia 24 e éramos muitos. O problema é que eu já sentia que aquele fim de ano não seria como o próximo. Meu avô já não era robusto e brutamonte apesar de ter o mesmo brilho nos olhos e a mesma sanidade de sempre.
Algumas pessoas foram aparecendo e eu as fui conhecendo. Vieram novos amigos se somar aos velhos. Aprendo com eles e espero estar ensinando-os também. Divirto-me com eles e espero estar divertindo-os também.
Meses depois, a esperada e desgostosa notícia chega por telefone. O grande chefe da família, aos 77 anos, havia partido em paz.
As flores, desta vez, foram de tristeza e se juntaram àquela tempestade.
Hoje só quero flores na alegria. Chega de tristeza.
Chega de solidão.
Ainda tento não viver em vão sem saber se consigo me guiar em uma bela e certa direção.
Os planos continuam.
Que seja mágica a ceia desta vez. Este ano quase se finda: Que sejam felizes este e o novo. Que sejamos todos felizes amanhã mesmo!
Não parti aos 19, não sei se partirei depois dos 77, mas preciso me planejar. Para isso, ainda preciso encontrar um grande amor e um bom lugar.
_______________
Texto inspirado por Anitha Rosenrot do blog "A Cartola" em seu texto "Cheiro de Dezembro".
Tudo era feito de flores e tempestade ao mesmo tempo (como sempre em minha humilde e, para muitos, insignificante vida). Aquele grande amigo de infância se foi uns dias antes da ceia de Natal. Fora antes do combinado. Me lembro que, no sábado, ao vê-lo na rua de carro, gritei seu nome.
Eu tinha saudade.
Nos encontramos, conversamos coisa de meia hora e ele se foi, como quem diz: “Te vejo em breve, amigo!” Ele fazia planos e continuava com os planos de outrora: Nos fazer rir em qualquer ocasião e sob qualquer embuste na situação.
Na chuvosa segunda recebo a notícia que ninguém queria ouvir.
Ele havia partido aos 19, mesmo contra seus planos. O que aconteceu não vem ao caso.
Veio o Natal e o Ano Novo.
A família ainda era completa.
Sentávamos todos à mesa na noite do dia 24 e éramos muitos. O problema é que eu já sentia que aquele fim de ano não seria como o próximo. Meu avô já não era robusto e brutamonte apesar de ter o mesmo brilho nos olhos e a mesma sanidade de sempre.
Algumas pessoas foram aparecendo e eu as fui conhecendo. Vieram novos amigos se somar aos velhos. Aprendo com eles e espero estar ensinando-os também. Divirto-me com eles e espero estar divertindo-os também.
Meses depois, a esperada e desgostosa notícia chega por telefone. O grande chefe da família, aos 77 anos, havia partido em paz.
As flores, desta vez, foram de tristeza e se juntaram àquela tempestade.
Hoje só quero flores na alegria. Chega de tristeza.
Chega de solidão.
Ainda tento não viver em vão sem saber se consigo me guiar em uma bela e certa direção.
Os planos continuam.
Que seja mágica a ceia desta vez. Este ano quase se finda: Que sejam felizes este e o novo. Que sejamos todos felizes amanhã mesmo!
Não parti aos 19, não sei se partirei depois dos 77, mas preciso me planejar. Para isso, ainda preciso encontrar um grande amor e um bom lugar.
_______________
Texto inspirado por Anitha Rosenrot do blog "A Cartola" em seu texto "Cheiro de Dezembro".
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
O Ocaso do Acaso
Preciso que o acaso se desfaça
Pelo menos até que me pare de perseguir a desgraça
Como é possível viver como vivo: Não sei
Como é possível (não) sentir o que (não) sinto: Não sei
Preciso que o acaso se desfaça
Nem que seja só por um tempo
Até que eu tenha a certeza de que irei encontrá-la
Naquele lugar, naquele exato momento
Pois encontros e desencontros equivocados já me bastam
Não é possível que terei de entrar mar adentro eternamente procurando
Pois se as ondas do amor estão à beira-mar e não tocam os meus pés
Por que é que continuo me afogando neste alto-mar deserto de amor?
Pelo menos até que me pare de perseguir a desgraça
Como é possível viver como vivo: Não sei
Como é possível (não) sentir o que (não) sinto: Não sei
Preciso que o acaso se desfaça
Nem que seja só por um tempo
Até que eu tenha a certeza de que irei encontrá-la
Naquele lugar, naquele exato momento
Pois encontros e desencontros equivocados já me bastam
Não é possível que terei de entrar mar adentro eternamente procurando
Pois se as ondas do amor estão à beira-mar e não tocam os meus pés
Por que é que continuo me afogando neste alto-mar deserto de amor?
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Platônico
E eu, vez e outra, desviava o olhar
Para a paisagem longínqua
Para o chão
Para o azul do céu
Com vergonha da sua beleza
Você é tão linda que dói
Forço meus olhos a não te olhar
Para que não me entenda mal
Mas é, quase sempre, em vão
Tudo o que eu quero é o seu bem
Mais que isso
Quero-te como meu bem
Para poder dizer a todo o mundo: “Vou bem!”
Poderia te olhar nos olhos por dias sem me cansar
Poderia te abraçar por horas sem cessar
Poderia te amar
Porque, destes olhos azuis, quero mais que o olhar
Para a paisagem longínqua
Para o chão
Para o azul do céu
Com vergonha da sua beleza
Você é tão linda que dói
Forço meus olhos a não te olhar
Para que não me entenda mal
Mas é, quase sempre, em vão
Tudo o que eu quero é o seu bem
Mais que isso
Quero-te como meu bem
Para poder dizer a todo o mundo: “Vou bem!”
Poderia te olhar nos olhos por dias sem me cansar
Poderia te abraçar por horas sem cessar
Poderia te amar
Porque, destes olhos azuis, quero mais que o olhar
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Acorda!
Acorda!
Pra ver que a vida é muito mais que isso
Pra ver que existe beleza sem correr riscos
Pra sentir um sentimento verdadeiro
E não mesquinho
Acorda!
Pra ver que esse sonho bobo é, na verdade, um pesadelo
Pra ver que tudo estava indo bem até que você resolveu começar a errar de propósito
Simplesmente porque quis
Acorda!
Pra ver que você é muito mais forte do que pensa
E eu sei que você é muito mais forte do que pensa
Acorda!
Pra ver por quantos apuros você passou
Parece até que você se esqueceu que superou
Acorda, amigo!
Pra ver que a vida é muito mais que isso
Pra ver que existe beleza sem correr riscos
Pra sentir um sentimento verdadeiro
E não mesquinho
Acorda!
Pra ver que esse sonho bobo é, na verdade, um pesadelo
Pra ver que tudo estava indo bem até que você resolveu começar a errar de propósito
Simplesmente porque quis
Acorda!
Pra ver que você é muito mais forte do que pensa
E eu sei que você é muito mais forte do que pensa
Acorda!
Pra ver por quantos apuros você passou
Parece até que você se esqueceu que superou
Acorda, amigo!
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Minha culpa?
Não sei se os dias de alegria somam mais que os dias de tristeza.
Ao menos desde quando já sei quem sou.
Aliás, é importante ressaltar que sou tudo aquilo que sobra do que sei que não sou.
O que eu era antes, não sou mais.
O que ainda serei, não sei.
Aliás, nem sei se mudarei.
Se mudarei, espero que seja pra melhor.
Pra mais feliz, pois essa tal “felicidade” só conheço de nome.
“Alegria” não é felicidade, alegria é igual areia que muda de lugar hora e outra.
Se pergunte se você é totalmente feliz, pois se eu perguntar, vai dizer que fui eu que te fiz chorar.
Mas não se pergunte agora, se não vai dizer que a culpa foi minha.
Ao menos desde quando já sei quem sou.
Aliás, é importante ressaltar que sou tudo aquilo que sobra do que sei que não sou.
O que eu era antes, não sou mais.
O que ainda serei, não sei.
Aliás, nem sei se mudarei.
Se mudarei, espero que seja pra melhor.
Pra mais feliz, pois essa tal “felicidade” só conheço de nome.
“Alegria” não é felicidade, alegria é igual areia que muda de lugar hora e outra.
Se pergunte se você é totalmente feliz, pois se eu perguntar, vai dizer que fui eu que te fiz chorar.
Mas não se pergunte agora, se não vai dizer que a culpa foi minha.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
De Biblioteca
Desfalece, às traças, aqui e acolá
Sem estar debaixo dos narizes
O mundo do real concreto
De todos os tempos vividos
Desperdiçados em prateleiras de canto
Todos aos prantos
Imploram seu próprio estrago
Todos aos prantos
Desperdiçados em prateleiras de canto
De todos os tempos fictícios
O mundo do imaginário criativo
Sem estar debaixo dos narizes
Desfalece, às traças, aqui e acolá
Sem estar debaixo dos narizes
O mundo do real concreto
De todos os tempos vividos
Desperdiçados em prateleiras de canto
Todos aos prantos
Imploram seu próprio estrago
Todos aos prantos
Desperdiçados em prateleiras de canto
De todos os tempos fictícios
O mundo do imaginário criativo
Sem estar debaixo dos narizes
Desfalece, às traças, aqui e acolá
domingo, 31 de agosto de 2008
Se Embrenhou
Se embrenhou na vida
Como quem nada quer
Se embrenhou no mar
Como quem quer paz
Se embrenhou no mato
Como quem quer fugir
Se embrenhou na multidão
Como quem quer encontrar alguém
Se embrenhou nas construções
Como quem tem medo de ter medo
Se embrenhou em busca do horizonte
Como quem não sabe do infinito
Se embrenhou em tudo buscando algo
Como quem achava que sabia o que queria
Nada conseguiu
Então se lembrou que a morte lhe traria todos os sentimentos e sentidos
E que esta também lhe forneceria todas as respostas
Como quem nada quer
Se embrenhou no mar
Como quem quer paz
Se embrenhou no mato
Como quem quer fugir
Se embrenhou na multidão
Como quem quer encontrar alguém
Se embrenhou nas construções
Como quem tem medo de ter medo
Se embrenhou em busca do horizonte
Como quem não sabe do infinito
Se embrenhou em tudo buscando algo
Como quem achava que sabia o que queria
Nada conseguiu
Então se lembrou que a morte lhe traria todos os sentimentos e sentidos
E que esta também lhe forneceria todas as respostas
domingo, 27 de julho de 2008
Jazz
Minha vida, ultimamente, tem sido como uma música de jazz. Bastante confusa por sua complexidade. Leva tempo até que você a entenda completamente. Ela tem muitos tempos diferentes e em sua maioria é apenas instrumental, ou seja, sem voz. Assim como nas músicas, não tenho ouvido muitas vozes ultimamente, utilizado a minha: muito menos.
Ainda tento ouvir todos os sons que emanam deste fenômeno, para que, de alguma forma, me despertem. Mas será que sou eu, realmente, quem está fora do ritmo? Tocando a vida da forma que não encontro uma boa saída? Poderia ser o inverso: as pessoas não dão a mínima para a minha obra mesmo, nem para quem sou nem para que sirvo.
A única diferença perceptível entre minha vida ultimamente e o jazz é a de que os músicos de jazz sabem muito bem o que estão fazendo e todos têm seu momento de destaque na apresentação.
Mas o certo e imutável é que não quero terminar como um triste músico solo.
Ainda tento ouvir todos os sons que emanam deste fenômeno, para que, de alguma forma, me despertem. Mas será que sou eu, realmente, quem está fora do ritmo? Tocando a vida da forma que não encontro uma boa saída? Poderia ser o inverso: as pessoas não dão a mínima para a minha obra mesmo, nem para quem sou nem para que sirvo.
A única diferença perceptível entre minha vida ultimamente e o jazz é a de que os músicos de jazz sabem muito bem o que estão fazendo e todos têm seu momento de destaque na apresentação.
Mas o certo e imutável é que não quero terminar como um triste músico solo.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Apesar de tudo
Apesar de o Universo ser desconhecido como a palma da minha mão;
Apesar de o mundo ser esta conspiração, esse caos ordenado;
Apesar de a vida já ser tão frágil e passageira, pessoas ainda matam umas às outras.
Apesar disso, ainda tenho esperança.
Apesar de a árvore estar seca;
Apesar de o jornal não esquentar o mendigo;
Apesar de a boa música não tocar
e de a água já não ser mais tão límpida e bela;
Ainda assim tenho esperança.
Apesar de não haver mais brilho nos olhos;
Apesar de não haver mais abraços de verdade;
Apesar de não haver mais amor sem dor;
Apesar de se quer existir a verdade, ainda tenho esperança.
Apesar de tudo ainda tenho esperança.
Apesar de o mundo ser esta conspiração, esse caos ordenado;
Apesar de a vida já ser tão frágil e passageira, pessoas ainda matam umas às outras.
Apesar disso, ainda tenho esperança.
Apesar de a árvore estar seca;
Apesar de o jornal não esquentar o mendigo;
Apesar de a boa música não tocar
e de a água já não ser mais tão límpida e bela;
Ainda assim tenho esperança.
Apesar de não haver mais brilho nos olhos;
Apesar de não haver mais abraços de verdade;
Apesar de não haver mais amor sem dor;
Apesar de se quer existir a verdade, ainda tenho esperança.
Apesar de tudo ainda tenho esperança.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Embaixo da árvore
Eu gostaria de escrever todas as poesias de amor
com todas as palavras que me viessem à mente
Gostaria de transmitir alguma alegria de alguma forma
Mas só o que me deram para escrever
foram estas palavras tristes e desacreditadas
que servem de lamento somadas às minhas horas de agonia, só
Poderia estar em qualquer lugar deste mundo
Em qualquer praça, ônibus,
sentado numa mesa de bar ou embaixo de uma árvore com meu violão,
mas que não estivesse escrevendo estes versos
Que estivesse com a mulher da minha vida
E que tivesse certeza de que ela fosse esta
com todas as palavras que me viessem à mente
Gostaria de transmitir alguma alegria de alguma forma
Mas só o que me deram para escrever
foram estas palavras tristes e desacreditadas
que servem de lamento somadas às minhas horas de agonia, só
Poderia estar em qualquer lugar deste mundo
Em qualquer praça, ônibus,
sentado numa mesa de bar ou embaixo de uma árvore com meu violão,
mas que não estivesse escrevendo estes versos
Que estivesse com a mulher da minha vida
E que tivesse certeza de que ela fosse esta
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Poesia de bar
A poesia, aqui, é qualquer
É jogada, suja ou limpa,
Não importa
Mal talhada
Rústica
Como uma peça feita à mão
A poesia, aqui, é feita com os pés no chão
E o braço encostado no balcão
Ou o olhar vai para a rua
Ou vai longe, pra dentro das memórias e da esperança
A poesia, aqui, é de vitória ou derrota
De amor ou de ódio
Todas mal acompanhadas
De palavras tortas
E uma dose do que tiver
Mas nada disso importa
Pois, na arte,
Seu fim justifica seu meio
É jogada, suja ou limpa,
Não importa
Mal talhada
Rústica
Como uma peça feita à mão
A poesia, aqui, é feita com os pés no chão
E o braço encostado no balcão
Ou o olhar vai para a rua
Ou vai longe, pra dentro das memórias e da esperança
A poesia, aqui, é de vitória ou derrota
De amor ou de ódio
Todas mal acompanhadas
De palavras tortas
E uma dose do que tiver
Mas nada disso importa
Pois, na arte,
Seu fim justifica seu meio
O Rei de Espadas
Com o semblante de quem é forte
Imponente e corajoso
Decidido e garboso
Parecia ser sábio e equilibrado
Enfim, inatingível
Quiçá nunca contrariado ou coagido
Claro, pois atravessara embustes perigosos durante toda a vida
Porém, ninguém foi capaz de saber o que ele pensava
Ou o que sentia
Nenhum deles soube como é estar ali
Ou como é sentir o que ele sentiu
Ele era um rei de espadas
Que atacava com elas
A fim de despejar sua tristeza
Que se defendia com elas
Para não ser atingido por qualquer palavra
Que se escondia atrás delas
Para não demonstrar sua frágil lucidez
Imponente e corajoso
Decidido e garboso
Parecia ser sábio e equilibrado
Enfim, inatingível
Quiçá nunca contrariado ou coagido
Claro, pois atravessara embustes perigosos durante toda a vida
Porém, ninguém foi capaz de saber o que ele pensava
Ou o que sentia
Nenhum deles soube como é estar ali
Ou como é sentir o que ele sentiu
Ele era um rei de espadas
Que atacava com elas
A fim de despejar sua tristeza
Que se defendia com elas
Para não ser atingido por qualquer palavra
Que se escondia atrás delas
Para não demonstrar sua frágil lucidez
Resposta em branco
Há só duas possibilidades:
A primeira é a de que as respostas virão escritas em papel
Como uma tentativa de representação de sentimentos não necessariamente coerentes
Alegres, tristes, saudosistas, gracejados ou esperançosos
A segunda é a de que elas virão, realmente, em branco
Virão respostas mesmo sem haver respostas
Virão respostas mesmo sem papel
Virão respostas até mesmo sem pensamentos
Pois o próprio silêncio representa uma resposta
A primeira é a de que as respostas virão escritas em papel
Como uma tentativa de representação de sentimentos não necessariamente coerentes
Alegres, tristes, saudosistas, gracejados ou esperançosos
A segunda é a de que elas virão, realmente, em branco
Virão respostas mesmo sem haver respostas
Virão respostas mesmo sem papel
Virão respostas até mesmo sem pensamentos
Pois o próprio silêncio representa uma resposta
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