segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Me Diga (Tudo o que se pode dizer em 59 segundos)

O que eu quero é simples
É uma palavra nova
Que mostra uma nova parte de mim
Para alguém novo
Alguém que acho que conheço
Mas como saber se a conheço
Se não conheço nem a palavra
Que me diz respeito

Isso tudo o que tenho aqui dentro
Não sei se está dentro do cérebro
Ou do coração pulsante
Talvez essa palavra não esteja aí
Nem ali.. talvez ela esteja em algum outro lugar
Que não seja dentro de mim

Quer saber: acho que essa palavra está dentro de você
Me diga agora qual é
Aí posso te dizer se é esta
Ou se não é isso o que procuro
Mas uma coisa é certa:
Tudo o que eu procuro está em você

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ausência

Ausente era o meu pensamento
Ausente era o meu sentimento
Por você e tudo o que representaria

Nem, sequer, cogitava novamente
A presença de sua companhia

Quando menos esperei
Pensei em ti
Em escrever-te este verso

Mesmo sem ter notícias do passado
Este revisitou meu presente sem avisar
Arrombando a porta da frente das minhas memórias

Ausente tornou-se minha sensatez
Meu ódio produzido está em xeque
Porque sua presença é sentida até pelas minhas pernas

Agora dá-me razão
Mas o amor não é feito disto
E mesmo que, a razão seja minha,
Ela de nada me vale

Eu tinha razão, e por isso não tinha você

A ausência está aqui
A ausência está em mim
Sua ausência em mim

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Carta ao soldado

Mesmo que não tivesse sido convocado, essa seria a sua missão. Seu destino (se é que isso existe) o projetou a enfrentar esta batalha. E você sabe que, mesmo que sua razão dissesse “não”, a resposta seria “sim”, pois ela viria do coração.
Foi preciso mudar velhos hábitos, enxergar novos horizontes, novas possibilidades, respirar novos ares. Soube que você foi de peito aberto e com poucas armas, mesmo sabendo que precisaria matar um exército inteiro sozinho por dia.
E você o fez.
Aprendeu a matar seus inimigos, seus medos, e até a se esconder quando foi preciso. De trincheira em trincheira você ganhou terreno, coragem e experiência. A cada grito de socorro que você ouviu, tentou ajudar da melhor maneira possível, com seu suposto sangue frio.
Quem disse “sim”, se você bem lembra, foi seu coração e seu sangue, quente, o fez se perguntar quando seria a sua vez de pedir ajuda. O medo é importante, pois traz consigo a astúcia para agir e a cautela para vencer.
Você travou as suas batalhas, não a de outros. Você conquistou o seu objetivo, não o de outros.
Enfrentou seus inimigos pessoais, íntimos, e venceu.
Você venceu, soldado. Venceu para o seu bem.
Você sobreviveu, soldado. Sobreviveu sem prejudicar ninguém.
Já sabe qual será a próxima batalha?
Espero que seja, também, por amor e paz, ou coisa que o valha.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ostentação

Os senhores, dos fundos de seus copos de whiskey
Importados da Escócia
De onde sequer conhecem a história
Divagam pelos jantares

Suas senhoras, do alto de seus saltos Luís XV
Adiquiridos em viagem à Paris
Desfilam pelos jantares

Os filhos pensam pairar, por uma fração de segundo, no ar
Quando da alta velocidade de seus jet-skis
A cavalgar sobre as águas do rio

É preciso livrar essa cultura
De precisar ser como eles
De tentar ser como eles
É preciso livrar essa tortura

A vida social, porém,
Pede que nos encontremos
Entre quatro paredes quaisquer
Erguidas abaixo de um teto de vidro

Se faz-se necessário aparecer
Então ostento tudo o que tenho
Não tenho muito a mostrar
Mas o amor, até o fim, vou ostentar